Cap novo de Casado (♂x♂)
Será que dessa vez Tom consegue sair do armário?
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Casado (♂x♂)? 39
— Promete que vai se comportar? — perguntou Thomas, olhando seu amado, sem confiar nele.
— Sim, prometo. Não é como se eu pudesse me mexer depois daquilo tudo. Não consigo nem andar direito — disse Lin, mostrando um grande e satisfeito sorriso. — Não acredito que você realmente topou… Eu só tava brincando quando sugeri…
— Tá… bem… a culpa é sua… — Apesar do que dizia, Thomas não parava de sorrir.
— Esse é o meu homem. Tão selvagem quando eu quero. Não acredito que a gente quebrou a cama…
— A gente pode comprar uma nova… Uma que dê conta da gente… — Thomas corou enquanto se lembrava.
— Nosso ninho do amor!
— S-Sim… A-Agora baixa o fogo um pouco… Por favor…
— Bora fazer uma aposta antes de você falar com seus pais.
— Que tipo de aposta…? — Thomas semicerrou os olhos. Depois suspirou. — Sendo honesto, não tenho mais energia pra outra… Não por uma semana…
— Não é isso… Mas fico feliz em saber que podemos tentar aquilo de novo domingo que vem. — O sorriso provocador de Lin voltou.
— Q-Qual a aposta?
— Aposto que a sua mãe vai mandar uma mensagem pra minha mais rápido do que vou conseguir ligar pra minha. As duas famílias vão ficar sabendo no mesmo segundo em que você desligar.
— Eu… duvido… — Apesar de dizer isso, Thomas desviou o olhar. As mães dos dois eram conhecidas como as fofoqueiras ávidas das duas famílias juntas.
— Lembra da minha irmã? Eu descobri que ia ser tio pela sua mãe.
— É, mas… tá… — Um sorriso se fez em Thomas. Ele não tinha como defender a mãe. — Pensa assim: você não vai ter essa conversa desconfortável e pessoal que estou prestes a ter…
— Acho que sim… — Lin descansou a cabeça no braço do sofá e colocou os pés no colo do namorado.
Thomas não disse nada. Os pés não apareciam na webcam, portanto ele os massageou por hábito.
Ele respirou fundo antes de abrir o programa e ligar para os pais. Seu pai atendeu mais rápido do que ele queria.
— Oi, filho. Faz tempo. Tudo em cima? — O homem sorriu conforme viu o rosto de seu filho mais novo.
— T-Tudo, pai… Tudo bem aí com mainha?
— Tudo tranquilo! Bom, quase…
— O que foi? — Se for algo grande, pode não ser a melhor hora para falar com eles…
— É sobre a nossa viagem pra Europa em setembro… Nah, deixa pra lá. Não é nada importante — disse o pai, acenando a mão para mudar de assunto.
— Q-Que bom, então… Olha… P-pode chamar mainha…? Tem algo pra contar vocês dois…
— Claro. Pera um segundo.
Enquanto o pai carregava o notebook pela casa procurando por sua esposa, o coração de Thomas bateu mais rápido.
Ah, puta merda… Não achei que ia ficar tão nervoso… Ah, merda… Eu não devia tá assim… Só vou contar a eles que descobri algo novo sobre mim… Que nunca estivesse tão feliz… Que estou com o amor da minha vida… Ah, puta merda…
Mais cedo do que Thomas queria, de novo, seu pai encontrou a esposa na sala de estar assistindo TV. Assim que ela desligou, ele colocou o notebook na mesa de centro e sentou junto dela no sofá.
— Oi, querido! — disse ela, sorrindo.
— O-Oi, mãe — disse Thomas, com a voz tensa e um sorriso nervoso. — Escuta, eu… hum… tem algo que quero falar pra vocês dois…
— O que foi, Tom
— Hum… C-Como eu digo…?
Tudo que ele planejou havia sumido de sua mente. Droga! É tudo culpa do Lin! Já que ele me seduziu, esqueci tudo que ia falar! Eu devia ter escrito…
— Tá tudo bem, filho. Pode nos contar tudo. Tudo, viu — disse o pai, de olhos arregalados enquanto assentia.
— Xiu, querido. Está tudo bem, meu anjo. Pode pensar com calma. Não precisa se apressar se for algo importante — disse a mãe com uma voz gentil.
Para piorar, Lin ficou cutucando a barriga de Thomas com seu pé enquanto isso. Conforme ele se esforçava para sair do armário com os pais, o namorado aproveitava para tirar uma com ele.
Porcaria! Por que o cara que eu amo é assim?!
Ele agarrou o pé que segurava com mais força que o necessário, mas sem machucar o Lin.
— Hã… Eu… Digo, eu e o Lin…
— O quê? — pressionou o pai. — O que tem você e o Lin?
— A gente tá… namorando… — A voz de Thomas saiu quase um sussurro.
Houve um instante de silêncio. Por um segundo, ele pensou ter falado tão baixo que o microfone não captou o som.
— ISSO! — Seu pai levantou erguendo os dois punhos fechados.
— NÃO! — Sua mãe, pelo contrário, fechou os olhos e cobriu o rosto.
— Aí sim, garotão! Sabia que podia contar com ele! — O pai juntou as mãos e balançou, como se tivesse ganhado algo.
— Que droga… Só mais alguns dias… — A mãe se inclinou no sofá e balançou a cabeça.
Thomas não reagiu. A mente dele ficou em branco conforme assistia seus pais.
Até o Lin, que brincava com a barriga dele, parou e se aproximou para ver melhor a tela.
— Eh… O-O que está rolando…?
— Filho, a gente já sabia que tinha algo entre vocês — disse a mãe ainda desapontada. — Mas você não podia, tipo, esperar mais uns dias pra contar?
— Quê? — Thomas piscou.
— Claro que não. Porque meu filho é foda!
— Nem começa, querido. — Ela empurrou o rosto alegre do marido para longe de si.
Minha cabeça dói, pensou Thomas, pressionando as têmporas.
— Algum de vocês pode explicar o que tá acontecendo?
— Claro! — O pai quase gritou de felicidade. — Sabe a coisa da viagem pra Europa? Bem, a gente não decidiu onde ficar durante a última semana…
— Eu queria uma semana romântica em Paris — interrompeu a mãe, com olhos brilhantes, que logo perderam o brilho. — Mas seu pai queria ir pra Alemanha…
Pro Oktoberfest, percebeu Thomas rápido.
— Entendi… Mas o que isso tem a ver comigo e com o Lin?
— Bem… a gente não chegou num acordo por isso fizemos uma aposta. Se você saísse do armário antes do fim de Maio, a gente iríamos pra Alemanha. Caso contrário, Paris — explicou o pai. — Eu tava quase perdendo as esperanças, mas aí você veio aos 48 do segundo tempo! Valeu, filhão!
— Pera, vocês já sabiam da gente? Como?
— Hein? — Ambos pareciam surpresos com a pergunta. Eles trocaram olhares entre si antes de encarar o filho, falando em conjunto: — É bem óbvio.
— Não pra mim! Eu demorei muito pra perceber — murmurou, olhando para seu amado, quem ria em silêncio. — Onde era óbvio?
— Bem, você o beijou quando eram crianças — disse o pai.
— Como você sabe disso? — Thomas ficou vermelho na mesma hora.
— Eu vi vocês naquela noite. Eu fui pegar um copo d’água e vi vocês dois se beijando.
— Ah, meu Deus… — Thomas não fazia ideia para onde olhar. Ele queria fechar o notebook na mesma hora. Meus pais sabiam do meu primeiro beijo? Tem como ficar pior?
— Não foi só isso — disse a mãe com um sorriso torto.
— C-Como assim?
Embora tenha perguntado, Thomas estava com medo de saber.
— Eh… Quem você acha que lavou seus lençóis da noite da sua festa de formatura? Eu sabia que você e o Lin… sabe… viraram adultos naquela noite…
Agora o rosto de Thomas ficou com um tom alarmante de vermelho. Não acredito que conseguiu ficar pior!
Não foi só ele; o rosto de Lin ficou tão vermelho quanto o de Thomas. Embora ele tenha parado de rir, um sorriso envergonhado estava por trás das mãos cobrindo o rosto enquanto ele negava com a cabeça.
— Sim, filho. Depois disso, a gente sabia que era questão de tempo até vocês começarem a namorar. Até quando você arrumou uma namorada, a gente sabia que não ia durar — disse o pai.
Não acredito que meus pais sabiam que eu tinha perdido a virgindade! E com quem, ainda por cima!
— Vocês… contaram pra alguém… disso…? — No instante em que a mãe mostrou um sorriso amarelo, ele já tinha entendido. — Ah, mãe! Por quê?
— Porque todo mundo já esperava que vocês dois ficassem juntos! Eu não podia manter aquilo pra mim!
Ah, puta merda!
— Tá bom! Deixa pra lá. Lin e eu estamos namorando agora! — gritou Thomas. — Era só isso que eu queria dizer!
Antes que pudesse terminar a chamada, Lin saiu de onde estava e apareceu na frente do notebook, acenando.
— Oi!
— Lin! — disseram os pais de Thomas em coro. — Cuide bem do nosso filho, por favor.
— Eu vou! — disse ele, com um grande sorriso, enquanto Thomas encerrava a chamada.
Houve um instante de silêncio e depois Lin se virou para o namorado.
— Até que foi bem, não acha?
— Onde? Ah, meu Deus! Não acredito que nossos pais sabem… sabem de tudo! Ah, minha nossa senhora! Aposto que meus irmãos sabiam que perdi a virgindade com você…
— Bom… Agora é passado. Não tem motivo pra ficar nervoso agora — disse Lin. Apesar disso, o rosto ainda estava vermelho. Mas, quando o celular vibrou e ele olhou pra tela, seu rosto ficou pálido. — Falando em apostas…
Ele virou o celular para o namorado, para que Thomas lesse a mensagem.
Fiquem sabendo da última, filho! Estou tão feliz por você e pelo Tommy estarem finalmente juntos, foi a mensagem da mãe do Lin.
Depois veio outra mensagem. Eu avisei, maninho. Você e o Tom foram feitos um pro outro, mandou a irmã dele.
E outra. E mais uma mensagem.
Enquanto Lin suspirava e guardava o celular, o smartphone de Thomas tocou. Embora hesitasse, ele olhou para ver o que era no fim. Que nem com o namorado, ele recebia muitas mensagens de sua família.
Eles olharam um para o outro e mostraram sorrisos culpados.
— Acho que você venceu — disse Thomas.
— Pois é…
Lin se virou para poder ficar inclinado contra o corpo do namorado.
Thomas envolveu seu amado com os dois braços. Depois, ao mesmo tempo, ambos desligaram os celulares e ficaram daquele jeito por um tempo.
Não posso acreditar em como as coisas conseguem mudar… Semana passada eu estava querendo entender o que sentia pelo meu melhor amigo… Agora sei que estou apaixonado por ele… E nossas famílias já sabem…
Apesar do quanto sua vida havia mudado em uma semana, Thomas sentiu-se o homem mais feliz do mundo.
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Obrigado por lerem
Espero que tenham gostado.
Thomas nunca esperaria algo tão vergonhoso ao sair do armário, XD
Até sair o próximo cap, curtam outras histórias BL como Por Favor Me Chame de Professor e O Nadador e o Assistente
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