Desculpe o atraso. Era pra ter saindo ontem, mas antes tarde do que nunca XD
Espero que gostem do cap
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Casado (♂x♂)? 23
— Quer parar com isso? — Thomas pausou o programa quando viu seu amigo pegar o celular do bolso de novo.
— O que…? — perguntou Lin, distraído, sem tirar os olhos do celular.
— Conferir as visualizações do seu blog… É a milionésima vez que você faz isso…
Eles estavam maratonando um anime novo que Carlos sugeriu a Thomas. Sempre que um episódio acabava e o próximo carregava, Lin conferia se o número de visitantes no blog dele mudou.
Embora estivesse sendo um processo lento, o blog dele estava ganhando cada vez mais visualizações. Os comentários, no entanto, foram todos de amigos e familiares.
Não conheço bem o assunto, mas acho que conseguir 400 visualizações em dois dias sem qualquer propaganda é bem impressionante, pensou Thomas, feliz que o blog do amigo estava indo bem. Mas ele não precisa conferir toda hora… É nosso momento especial juntos…
— Eu não confiro toda hora — disse Lin, com um sorriso amarelo e o celular ainda em mãos.
— Confere sempre que dá… Quando a gente tá comendo, correndo. Sempre que vai ao banheiro… E até agora!
Enquanto Thomas reclamava, Lin destravara a tela e conferia as visualizações de novo.
— Foi mal… É que tô quase passando de 500 visitas… E mal posso esperar para conseguir o primeiro comentário… de alguém desconhecido, digo.
— Foram só dois dias. Dá um tempo e vamos ver o próximo episódio…
— Tá tudo bem…
Lin deixou o celular na mesa de centro e aconchegou-se mais no sofá ao lado de seu amigo, focando-se na TV. O celular apitou antes que Thomas pudesse apertar o play.
— É uma mensagem! Não estou conferindo nada! — disse, na defensivo, ao ver o olhar desaprovador do amigo.
Thomas esperou impacientemente, batendo no controle o mais alto que podia.
Contendo um sorriso, Lin leu a mensagem e guardou o celular de novo.
— Ok. Vamos assistir, agora sem distrações.
Thomas ficou confortável enquanto a abertura tocava.
A música estava na metade quando tudo ficou escuro.
— Ótimo… Massa…
— Melhor agora do que começar o episódio e parar no meio.
Thomas ignorou o amigo e olhou para a janela.
— Não é só aqui. A rua toda está sem luz. A outra também… Não consigo ver luz alguma…
— Um blackout geral?
— Não passamos por um desses faz anos…
— Ah, é… Eu lembro… Eu tava estudando com alguns amigas na casa de uma garota quando tudo ficou escuro e…
No instante em que Lin ficou quieto, Thomas sabia que o amigo estava escondendo algo. Mesmo sem ver o rosto dele, sabia que o loiro estava vermelho.
— E…? É algo relacionado àquela foto sua vermelho cercado por amigas da faculdade, né? — Thomas pegou o celular e ligou a lanterna sobre o amigo. Como esperado, Lin estava vermelho. — Fala.
— Não mesmo, eu já falei pra esquecer daquilo! — Lin empurrou o celular para longe de seu rosto.
— Qual é, me conta. Sou eu. Após tudo que a gente já fez juntos, não deveria ter nada tão vergonhoso para você não compartilhar comigo.
— Ah é? Isso significa que você finalmente vai falar sobre a nossa formatura e o que a gente fez depois da festa?
— Melhor não… — Thomas ficou vermelho na hora e abaixou o celular.
Houve um silêncio desconfortável entre eles.
Droga… Toda vez que a gente fala daquela noite chega, as coisas ficam estranhas. E por um bom motivo… Argh! Melhor não me lembrar daquilo, pensou Thomas, tentando impedir as lembranças de virem.
— V-Vamos esperar a energia voltar — disse após um tempo, para quebrar o silêncio.
— Melhor…
Eles não falaram nada e esperaram, mexendo nos celulares em silêncio.
Após uma hora, a energia ainda não voltou.
— Acho que não vai voltar tão cedo. — Thomas conferiu a rua de novo. Completa escuridão. Nem as estrelas iluminavam a cidade.
— É maior do que pensamos. As pessoas estão reclamando de um apagão no país todo.
— Quê? Sério? — resmungou Thomas. — Agora eu sei que não vai voltar logo…
— Melhor irmos dormir.
— É, tem razão…
— Espera… Não me diga que você não consegue dormir sem o ar condicionado ligado? — Lin não tentou esconder a zombaria da voz.
— É verdade. Meu quarto é quente demais e não consigo dormir lá. — Thomas respirou fundo.
Lin mostrou um sorriso maldoso enquanto cutucava o amigo na bochecha.
— Você ainda é uma criança. Mas é isso que adoro em você.
Embora não tenha nenhum significado estranho, Thomas acabou ficando vermelho com aquilo.
— Q-Que seja… Acho que vou dormir aqui na sala… Ao menos está fazendo um vento…
— Ah, tive uma boa ideia! Vou dormir aqui também! Vai ser como quando a gente era criança, mas sem o forte! — disse Lin, sorrindo.
— T-Tá… m-mas só tem um sofá…
— Vamos trazer o seu colchão. Deve dar para nós dois dormirmos juntos!
Sem dizer nada contra a ideia, Thomas ajudou Lin a trazer o colchão da cama tamanho king para a sala de estar e a colocou perto da janela. Logo os dois estavam tentando dormir um do lado do outro.
Não tem como eu dormir… Não com o Lin do meu lado assim…
Embora ele estivesse deitado de costas para o amigo, ele podia sentir o homem ao seu lado.
— Ei, Tom. Consegue dormir? — Uma voz chamou ele após um tempo.
Houve um instante de silêncio.
— Não…
— Bora conversar pra passar o tempo.
Thomas sentiu sua camisa ser puxada e se virou para encarar Lin.
— Falar sobre o quê?
— Não sei, qualquer coisa… Lembra da última vez que a gente dormiu na sala assim?
— É. Foi num ano novo, acho… A gente dormiu na sala por causa da TV grandona na sua casa…
— Sim. A gente queria ver a maratona de Pokémon. Todos os episódios.
Thomas acabou sorrindo ao se lembrar. Hoje é mais conveniente. Podemos assistir quando quisermos, mas aquilo era legal… Uma semana toda vendo animê da manhã até a noite, sem parar…
— Então você lembra. — Lin sorriu, seu rosto ficou levemente corado. — Lembra o que fizemos na última maratona?
Thomas pensou por um instante, mas não se lembrava de nada especial, e negou com a cabeça.
— Mentira. Me recuso a acreditar que você esqueceu daquele dia.
— Por quê? O que a gente fez?
— Foi o nosso primeiro beijo.
Apesar do rosto vermelho, Lin sorria enquanto olhava para Thomas nos olhos.
— Quê? Nosso primeiro beijo?
Ele se lembrou conforme as palavras ecoaram dentro de si.
Eita porra! Meu primeiro beijo foi com o Lin também!
— Ah, então você se lembra! Pensei que tinha esquecido daquele dia especial. Jamais irei esquecer. Você disse que era a última vez que veríamos aquela maratona, que animê era coisa pra criancinhas, e deveríamos parar.
— É… — E agora eu assisto animê todo dia, pensou Thomas, mas não disse nada.
— O motivo real foi o seu irmãozinho. Ele tinha acabado de ter o primeiro beijo e você não tinha beijado ainda.
— É, eu lembro… E quando você ficou me enchendo o saco pra falar, simplesmente me beijou… — O rosto de Thomas ficou muito vermelho quando a lembrança o atingiu.
— Pois é. Você tava tão irritado que eu queria te animar. Foi a primeira coisa que veio à minha mente.
— Beijar o seu melhor amigo?
— Sim. E foi o meu primeiro beijo também. — A risada embaraçada de Lin fez o coração de Thomas bater mais rápido.
Por que se lembrar disso, Lin? Agora não posso tirar o nosso primeiro beijo da mente…
Houve outro momento de silêncio.
— Ei… Vamos nos beijar — sussurrou Lin.
O coração de Thomas bateu tão alto que ele ficou com medo do amigo ouvir.
— P-Por quê? — conseguiu perguntar enquanto escondia o sorriso. — N-Não tem motivo para dois caras se beijarem…
— Na verdade, tem. Mas, no nosso caso, quero ver o quanto você melhorou. Digo, eu te ensinei a beijar alguns anos após o nosso primeiro beijo. É o meu dever ver o quanto você progrediu, jovem gafanhoto.
Thomas piscou e desviou o olhar.
— T-Tá de zoa…
Como posso beijar minha esposa homem? Parece muito tentador beijá-lo de novo… Digo, não é a primeira vez… e não é como se não tivéssemos feito mais do que só um beijo… Melhor não pensar nisso… Especialmente agora…
— Ah, qual é. Quero conferir se você ficou melhor…
— Fiquei sim — murmurou Thomas.
— E não é como se não tivéssemos nos beijado antes — continuou Lin, como se não tivesse ouvido.
— Nem vem, cara… — Apesar do que dizia, parte dele queria gritar para que se beijassem. — Por que quis fazer isso assim, do nada?
— Não sei… Dormir na sala me lembrou do nosso primeiro beijo. E também, teremos que nos beijar logo, por isso é bom praticarmos.
— P-p-p-por que nos beijaríamos de novo?
— O casamento do Raul semana que vem. Vamos fingir ser um casal. Não acha que vão pensar que é estranho se não nos beijarmos?
Thomas sabia que Lin tinha razão. Ainda assim, ele ainda lutava para encontrar uma desculpa.
— E-Ele vai ficar bêbado demais pra se lembrar…
— Acha mesmo?
Ainda que quisesse, Thomas não podia mentir e dizer sim sob o olhar de Lin. Ele sabia que seu amigo ruim diria algo sobre como a loira era linda demais para ele.
— Você tem razão — disse ele, com um tom derrotado.
— Yay… Agora me beija. — Lin sorriu e ficou vermelho.
Ele jogou o lençol para o lado, sentou-se, fechou os olhos e esperou.
Com o coração batendo rápido demais, Thomas se sentou. Ele engoliu em seco e ficou paralisado por um instante. Depois, se inclinou para mais perto.
Então beijou o amigo de novo, depois de muitos anos.
Por mais que estivesse relutante no começo, assim que os lábios e língua se tocaram, ele sentiu todos os seus sentimentos por Lin emergindo.
O beijo ficou mais e mais intenso.
Eles separam-se cedo demais para o gosto de Thomas.
Lin estava sem ar. Ao abrir os olhos, ele estava vermelho. Seu sorriso, no entanto, era adorável demais.
— Uau… Isso foi incrível… Você melhorou muito — disse ele, com a voz ofegante.
Thomas piscou. Sua mente ainda tentando processar tudo. — O-Obrigado…?
— Aprovo. Você melhorou muito. Tá beijando bem melhor que antes. Passou com nota máxima.
Após isso, Lin se deitou, virou suas costas e voltou a dormir.
Thomas tentou, mas a sua mente ainda pensava nos lábios de Lin, incapaz de dormir.
Não acredito que fizemos isso de novo… E foi ainda melhor do que antes…
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Obrigado por lerem
Espero que tenham gostado. Eu mesmo adorei esse final.
Esse foi o “fim de temporada” de Casado (♂x♂)
Vai ter uma pequena pausa de duas ou três semanas. Mas até lá, curtam outras histórias BL como Por Favor Me Chame de Professor e O Nadador e o Assistente
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